A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma condição comum que afeta muitas pessoas, causando sintomas como azia, regurgitação e desconforto na região do tórax. Embora esses sintomas sejam típicos, o diagnóstico nem sempre é tão simples. Muitas vezes, há uma dependência excessiva dos achados da endoscopia digestiva alta, mas, de acordo com o Consenso de Lyon, uma avaliação mais abrangente é essencial para um diagnóstico preciso.
Neste artigo, você entenderá por que a endoscopia sozinha não é suficiente para diagnosticar a DRGE e como outros parâmetros contribuem para um diagnóstico mais eficaz.
A endoscopia digestiva alta é uma ferramenta importante no diagnóstico de diversas condições do trato digestivo, mas tem suas limitações no caso da DRGE. Em cerca de 70% dos pacientes com DRGE, a endoscopia não apresenta alterações visíveis. Por outro lado, alterações observadas, como esofagite erosiva, são indicadores fortes, mas nem todos os casos de DRGE exibem esses sinais.
Por isso, basear o diagnóstico exclusivamente na endoscopia pode levar a erros, resultando em tratamentos inadequados ou até atrasos no cuidado correto.
O Consenso de Lyon, estabelecido em 2018 (com algumas atualizações posteriores), trouxe avanços importantes na forma como a DRGE deve ser diagnosticada. Ele enfatiza a necessidade de uma abordagem que vá além da endoscopia, utilizando outros critérios e exames para confirmar a doença.
Sintomas como azia e regurgitação são fortes indícios de DRGE. Quando esses sintomas melhoram com o uso de inibidores de bomba de prótons (IBPs), há um grande indicativo de que o refluxo está presente.
Os exames funcionais são essenciais para avaliar a gravidade e o tipo de refluxo. Entre os principais, destacam-se:
Embora a endoscopia não seja suficiente sozinha, ela ainda é valiosa em casos com lesões visíveis, como:
Um diagnóstico correto depende da combinação de informações obtidas por meio dos sintomas, exames funcionais e achados endoscópicos. Essa abordagem abrangente evita erros e permite um tratamento mais eficaz.
Além disso, pacientes com sintomas persistentes ou atípicos, como dor torácica ou tosse crônica, devem ser avaliados com ainda mais cuidado. Esses casos muitas vezes exigem exames mais detalhados, como a impedanciopHmetria.
Entender o diagnóstico correto da DRGE evita tanto tratamentos desnecessários quanto a progressão da doença sem o cuidado adequado. A falta de diagnóstico ou um diagnóstico incorreto pode levar a complicações, como esofagite grave, estenose esofágica ou até mesmo esôfago de Barrett, que aumenta o risco de câncer.
O diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) vai muito além da endoscopia. O Consenso de Lyon destaca a importância de combinar informações clínicas, achados endoscópicos e exames funcionais para obter um diagnóstico preciso.
Se você apresenta sintomas persistentes de refluxo, procure um médico especializado. Com uma avaliação detalhada e completa, é possível identificar a causa do problema e iniciar o tratamento mais adequado, garantindo mais saúde e qualidade de vida.
Ajude seu esôfago e sua saúde geral! Não ignore os sinais do refluxo.
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